Miniconto de amor cantado, segundo álbum (16/18)

Inspirado e musicado por https://www.youtube.com/watch?v=n5h0qHwNrHk

 

Enquanto ele se preparava para o encontro, ia vestindo a fantasia do homem idealizado por ela. Num outro canto da cidade, ela se preparava para ser a mulher fatal que ele desejava. Não se importavam com os próprios ideais de pessoa que cada um queria ser. Quando se encontravam, um era o que o outro queria. Ou, pelo menos, era o que o um achava que o outro queria. Assim, eram felizes por alguns minutos. E infelizes pelo resto do dia. O beijo era bom, a pegada era boa, o sexo era bom, mas, de resto, eles não eram eles e isto não era bom.

Um dia, e este dia sempre chega, eles não conseguiram ser o desejo do outro. Sei lá, faltou alguma coisa. Decepcionados, tentaram se explicar, um para o outro, e foi ali, na tentativa de justificar por que não estavam sendo eles mesmos, que descobriram que não queriam o outro daquela forma falsa, mas do jeito verdadeiro e mais simples. Ficaram assustados num primeiro momento com a revelação, mas também ficaram aliviados.

Saíram de mãos dadas sendo eles mesmos. Conversaram e gargalharam sendo espontâneos. Resolveram passar a noite juntos sem máscaras, sem fantasias. O beijo foi bom, a pegada foi boa e o sexo foi muito bom. Mas ótimo foi viver a possibilidade de um amor verdadeiro, de pessoas verdadeiras.

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